terça-feira, 12 de agosto de 2014

Rubem Fonseca - a volta do que nunca veio...



Rubem Fonseca - A Volta do que Nunca Veio...

 
 
Tem uns dias que na minha mania de ler que nunca acaba eu renovei meu cadastro na Biblioteca do Sesc aqui perto de casa. Como eu tinha que pegar um livro, pelo menos, eu aproveitei e peguei dois, embora, como todo mundo sabe, eu tenho uma quantidade enorme de livros em papel e digital na fila (nem sei se chamo isso de fila, já que não existe nada do tipo "primeiro esse, depois esse..." ).
 
Então, como eu curto assistir o seriado Mandrake, produzido na HBO e que vi no MaxHD, resolvi então reler Rubem Fonseca, que tive o prazer de ler no final da minha adolescencia e não lembrava porque não tinha me aprofundado nas obras do autor.
 

Comecei lendo a seleção de contos "Lúcia McCartney". Como muita coisa do autor, é bem confuso, pelo menos na minha visão de merda, mas eu curti alguns deles e dentro do caos que foi o livro como um todo, não foi das leituras mais agradáveis para mim. Quando eu comecei a ler, estava numa expectativa enorme e pensei que seria uma leitura do car***o e , na verdade, foi meio frustante mesmo. Bom, Rubem Fonseca é o cara, não tenho dúvidas, mas eu nunca curti livro de contos que não se conectam e esse é, na minha visão meio míope, uma colcha de retalhos completamente mal costurada.
 
 
Já quando li "A Grande Arte" , aí sim a verdade apereceu e como disse o meu Mestre Supremo "A Verdade vos libertará!!" Esse sim valeu muito a pena!!
Um texto cru, mas ao mesmo tempo bem lapidado, com um princípio , meio e fim, onde o meio é simplesmente fantástico. Sempre curti escritores que escrevem como se estivessem conversando e nesse quesito Rubem Fonseca é um mestre!!

Mandrake, Ada, Mercedes, Camilo Fuentes... crime, sangue, estupro, balas, facas. Cenário moderno, atual em uma obra atemporal. Sempre vai existir sacanagem e quem acabe com a vida dos outros. E sempre vai existir os justiceiros.
A paixão por mulheres e charutos é notória e admirável. Mas a inconstancia de comportamento e a loucura que se abateu sobre o personagem após o caso fatídico de violencia contra ele e sua namorada dão uma guinada absurda na narrativa.
 
Recomento ambos. Tem gente que gosta de tudo, de coisa boa e de coisa confusa. Eu curti ambos, é que nem suco de cupuaçu, tem quem adore, tem quem deteste...
 
 


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Outros Tempos - Leitura fantástica para ler a qualquer tempo...

 
 
 
 
 
 
Quando eu soube que meu amigo Leonardo Nóbrega, nobre professor, grão-mestre da confraria que , apesar de não tão assíduo, amo fazer parte, fiquei muito orgulhoso. De verdade.
 
Comprei o livro no dia do jogo da estréia do Brasil na Copa das Confederações ano passado. Fiquei com ele quase um ano na minha estante, não por desleixo, mas pela longa fila que já existia de papel e e-books. Confesso que foi um erro gigantesco, que descobri a cada página que li.
 
Outros Tempos foi, sem dúvida, uma surpresa sem precedentes. Há anos não leio um livro tão bom e tão bem escrito por um autor nacional.
 
A temática da Guerra e dos Nazistas, aliada aos aspectos de uma Fortaleza antiga que já não existe nem mesmo na memória dos saudosos faz da obra uma colcha de retalhos da melhor espécie!! Capaz de prender a atenção dos leitores do começo a fim, a escrita fácil do autor faz com que você não se canse ao passar pelos capítulos e - aviso aos compulsivos - é provável que queira ler ele inteiro de uma tacada só, a trama é rica e muito inteligente.
 
Leonardo Nóbrega tem um tesouro nas mãos. E espero que consiga voar cada vez mais alto com essa obra.
 
Siopse : "Ulisses, um jovem e bem-sucedido jornalista que vive na bela e agitada cidade de Fortaleza, tem sua despreocupada vida de solteiro transformada quando acorda, numa manhã qualquer, no ano de 1942. Nessa "nova" vida, no passado, o recebimento de um pacote misterioso deixado para ele pela bela Camille o envolverá em uma série de eventos relacionados com a II Guerra Mundial, com uma célula nazista no Brasil e com a resistencia brasileira, que o levará, alternadamente em suas duas vidas, por um labirinto angustiante de segredos, códigos, traições e mortes, mas também de poesia, festas e romance. Uma história envolvente e surpreendente". (Contra capa da obra)
 
Sempre sonhei em algo ficcional ambientado na minha cidade. Leonardo realizou meu sonho com maestria.
 
Longe de um simples romance com tons regionais, Leonardo consegue transformar Fortaleza no cenário perfeito para a trama, a exemplo de outros grandes autores, que o fizeram com outras fantásticas cidades, como Rio de Janeiro, Londres, Nova Iorque...
 
Recomendo demais a leitura.
 
O livro pode ser adquirido direto com o autor pelas redes sociais :
 
 
 
 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Francisco - Um sinal para o Mundo.


 

Com uma escrita leve e objetiva, o amigo Padre Geovane Saraiva escreveu sobre uma das figuras mais populares e importantes do mundo moderno : Jorge Mario Bergoglio, aka Papa Francisco.

Sem perder de vista outras importantes figuras da Igreja Católica, com Dom Helder Câmara, Dom Aluisio Lorcheider, São José de Anchieta, São Francisco Xavier entre outros, Pe. Geovane traça vários paralelos orientativos a respeito da figura central da obra e, assim como na matemática, as paralelas se cruzam no infinito, que é o próprio Cristo, revelado em cada uma das personalidades envolvidas.

Com a coragem própria dos cristãos, Pe. Geovane não tem medo de citar escritores de outros credos, como Lya Luft, por exemplo. Ou ainda, de desfiar o belo poema de Dom Helder ao tratar o Sumo Pontífice como sinal de esperança e paz. Ao tratar das belas missivas de Dom Aluisio ou do saudoso Papa João Paulo II, Pe. Geovane também colabora para que, ao modelo Inaciano, inspirador do Papa, seja feito tudo "para a maior Glória de Deus".

Caso queira adquirir o livro, estão logo abaixo o blog e o perfil no Facebook do amigo sacerdote.
http://fgsaraiva.blogspot.com.br/2014/03/novo-livro-do-pe-geovane-francisco-um.html
https://www.facebook.com/#!/geovanesaraiva.saraiva?fref=ts

Recomendo. Leitura informativa e muito agradável!
Agosto de 2012...

Foi a última vez que eu apareci por aqui.
De lá pra cá, quanta coisa mudou, principalmente eu.
Mudei de casa, de emprego, de carro, quase de cidade...
Muita coisa não mudou : meu time de futebol, minha fé em Deus, meu amor incondicional pelas minhas morenas...

Vamos voltar não do ponto que estávamos, mas a partir de uma nova perspectiva.

Não sei se vai dar certo, mas, se não der, a gente faz dar certo.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Eu compro o que a infancia sonhou..."

Eu demorei um pouco para entender essa frase quando ouvia essa música na novela das 8.
O tempo é que ensina isso...

Minha amada Tia Antonia Maria, que Deus a tenha em bom lugar, é que muitas vezes sem saber, contribuiu pra isso. Quem sabe agora, no plano superior, ela esteja rindo aquele riso solto e dizendo pro Vô João que sabia sim!!

Certa vez ela me deu uma camisa que dizia : Quando crescer, quero ser criança outra vez.

Uns anos antes, diante da triste realidade de uma criança comendo restos da rua, ela me contou que existia um lugar que as crianças não ficavam na rua, tinham escola, praticavam esporte, tinham saúde de graça e todo pai e mãe tinha emprego. Ela riu quando eu disse : eu sei onde é, no céu!! Minha visão de oito anos de vida na época só me faziam ver essa situação.

Foi quando ela disse : Não, Ricardinho, é na União Soviética!!
Vixe, tia, deve ser longe. E mais perto, tem?
Ela disse: tem, em Cuba.

Tinha orgulho quando ela me chamava de intelectual.
Durante um tempo usei um óculos quase sem grau nenhum porque era coisa de intelectual...

Sempre achei trabalhar de terno e ler curtindo cachimbo coisa de intelectual...


Hoje meus 3.5 de vida me permitem, graças a Deus e ao meu trabalho, trabalhar de terno, curtir charutos (Viva la revolucion! rs) e cachimbos, esses tem poucos dias.

Escrevendo essas palavras e chorando de saudade, eu vejo que bem enorme minha tia me fez. E sou feliz porque quando ela se foi, ela sabia do meu amor e da enorme contribuição que ela deu na minha vida. E o quanto vibrávamos juntos por cada conquista minha, mesmo as mais insignificantes.

Continuamos apaixonados pela vida , Tia Antonia... Eu daqui e vc daí, olhando pra mim...

terça-feira, 3 de julho de 2012


O que podemos aprender com...
...um comercial de perfume!!

Desde que vi esse comercial as primeiras vezes, em um canal qualquer da TV por assinatura, fiquei muito intrigado com a mensagem.


A liberdade é algo que todo mundo quer, mas o preço nem sempre é barato.
Muitas vezes, o "libertar-se" traz consigo dor, angústia, um monte de dúvida...
Mas, o resultado tem que valer a pena. Quem é que aguenta viver preso a alguma coisa ou , pior, a alguém??


Quem não tem vontade de tirar da cara aquela máscara que não aguenta mais e mostrar sua cara de verdade?
Quem não tem vontade de ir tirando aqueles apetrechos que só servem pra dizer alguma coisa de alguém que não é você?
Quem não quer tirar aquela fantasia, aquele sapato apertado, que vestem uma pessoa que,na verdade, você odeia, mas tem que ver no espelho de manhã?


Quem nunca teve vontade de deixar um monte de coisas que o mundo diz que são importantes e encarar desafios novos? Chegar mais longe? Subir mais alto?


Lembro da Pitty, gritando que o importante é ser você, mesmo que seja estranho, que seja bizarro.


Pense nisso!
Se apaixone pelo mundo, mas comece por vc.





quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Meus heróis morreram de velhice...alguns pelo menos.

Semana passada,  meu amado pai me ligou pra contar da morte de um dos seus grandes ídolos  : Joe Frazier As palavras dele é que foram bacanas : Cadim, eu fiquei triiiiiste, pq quando eu comecei a acompanhar boxe, quem mandava no esporte eram Joe Frazier, Cassius Clay (que depois mudou de nome para Mohammed Ali – ele adora dizer isso) e George Foreman... 


Foi o melhor, ganhou do melhor, entrou para a história.
Meu pai era um grande fã de boxe, futebol e automobilismo, principalmente Fórmula 1. Paixões que ele conseguiu passar pra mim com uma competência tremenda. Não gosto de UFC ou MMA ou como vc quiser chamar esse vale tudo, que eu acho estúpido. Pra mim luta é uma coisa e briga é outra. Se é esporte, a luta tem que ter sentido, ter regra, ter técnica, assim eu curto karatê, judô e , principalmente, boxe. Aquele boxe bem gingado, do Sugar Ray Leonard, do Julio Cesar Chavez, do Hector Camacho, do Acelino Freitas. Esses caras sabiam lutar com garra, força, mas com uma classe de cavalheiros. Nos jogos olímpicos, o boxe sempre me impressiona, na forma como os caras vão atingindo seus pontos e como o desespero dá lugar à luta franca no final dos últimos assaltos.
Hector "Macho" Camacho - lutador até os minutos finais.
Júlio Cesar Chavez - Técnica e força - talvez o último lutador
no quesito elegância.
Acelino Freitas - mostrou ao Brasil que ganha quem
tem sede e fome de vitória.
Em termos de futebol, sou apaixonado pelo futebol bem jogado e amo meu clube do coração. Não importa se ele joga no estádio de Wembley ou no Moraizão, meu amor é vermelho, azul e branco. Fui um flamenguista na infância e palmeirense na adolescência, mas , como eu tudo na vida, o amor de menino e o amor de rapazinho sempre dá lugar ao amor que dura pra sempre, ao amor maduro, responsável e que cuida. Esse é meu amor pelo Fortaleza Esporte Clube.
"Sol quente! " Coração cheio de esperança e amor
pelo Leão do Pici.
Em termos de fórmula 1, os campeonatos dos anos 80 eram tão polarizados quanto os de hoje, na minha modesta opinião. Ter 15 corridas , de 16 possíveis, vencidas por dois pilotos, não é campeonato competitivo em termos de categoria. Assim foi 1988, quando Senna foi campeão pela primeira vez. Em outros anos, ficou na mão de, no máximo , 3 pilotos, alternando entre Piquet, Mansel, Prost, Senna, Berger... Schumacher chegou e não teve pra ninguém durante um bom tempo. Os caras que conseguiram vencer Schumacher deveriam ser heróis nacionais (talvez até sejam mesmo) : Hakkinem, Damon Hill, Alonso... Hoje em dia, entre as besteiras do Hamilton (que se perdeu depois do primeiro título) e as peripécias do Alonso, passando pelas cagadas dos brazucas cheios de falsas esperanças, só sobra o talentoso Vettel mesmo.
Senna, Prost, Mansel e Piquet - pilotos acima da média
que guiavam verdadeiros monstros sobre rodas.
Hamilton, Vettel e Alonso - não seriam tão brilhantes
nos carros antigos, mas não fariam feio.
Mas, o mais importante disso tudo é que nossos ídolos morrem de condições tão simples e catastróficas, que fica difícil realmente não se sentir triste vendo pessoas vencedoras em suas vidas profissionais serem tão impotentes em seus campos pessoais.
Salvo raríssimas exceções (como o próprio Senna, que por morrer no carro deu à sua morte o tom heróico que teve durante toda a sua vida), os heróis morreram como viveram : Kurt Cobain meteu uma bala na cabeça cheia de heroína. John Lennon levou um monte de bala no peito quando tinha conseguido virar gente. George Harrisson fumou e bebeu tanto que o câncer não teve como não arrastá-lo pra cova funda. Cazuza definhou até todo mundo sentir pena dele... e por aí foram.

Penso em quantos caras legais, bons pais de família, que fizeram das tripas coração para poder criar seus filhos não ganharam o título de heróis. Quantos bons policiais, que morreram no cumprimento do dever não puderam ser classificados como heróis. Quantos professores, formadores intelectuais, semeadores de boas experiências, não foram tratados como heróis... enfim, esse negócio de herói é muito complicado.

Hoje, quero que, no seu coração apaixonado, você pense quem é herói e quem merecia ser. Não está na hora de promover alguns e mandar outros para Série B??