quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Meus heróis morreram de velhice...alguns pelo menos.

Semana passada,  meu amado pai me ligou pra contar da morte de um dos seus grandes ídolos  : Joe Frazier As palavras dele é que foram bacanas : Cadim, eu fiquei triiiiiste, pq quando eu comecei a acompanhar boxe, quem mandava no esporte eram Joe Frazier, Cassius Clay (que depois mudou de nome para Mohammed Ali – ele adora dizer isso) e George Foreman... 


Foi o melhor, ganhou do melhor, entrou para a história.
Meu pai era um grande fã de boxe, futebol e automobilismo, principalmente Fórmula 1. Paixões que ele conseguiu passar pra mim com uma competência tremenda. Não gosto de UFC ou MMA ou como vc quiser chamar esse vale tudo, que eu acho estúpido. Pra mim luta é uma coisa e briga é outra. Se é esporte, a luta tem que ter sentido, ter regra, ter técnica, assim eu curto karatê, judô e , principalmente, boxe. Aquele boxe bem gingado, do Sugar Ray Leonard, do Julio Cesar Chavez, do Hector Camacho, do Acelino Freitas. Esses caras sabiam lutar com garra, força, mas com uma classe de cavalheiros. Nos jogos olímpicos, o boxe sempre me impressiona, na forma como os caras vão atingindo seus pontos e como o desespero dá lugar à luta franca no final dos últimos assaltos.
Hector "Macho" Camacho - lutador até os minutos finais.
Júlio Cesar Chavez - Técnica e força - talvez o último lutador
no quesito elegância.
Acelino Freitas - mostrou ao Brasil que ganha quem
tem sede e fome de vitória.
Em termos de futebol, sou apaixonado pelo futebol bem jogado e amo meu clube do coração. Não importa se ele joga no estádio de Wembley ou no Moraizão, meu amor é vermelho, azul e branco. Fui um flamenguista na infância e palmeirense na adolescência, mas , como eu tudo na vida, o amor de menino e o amor de rapazinho sempre dá lugar ao amor que dura pra sempre, ao amor maduro, responsável e que cuida. Esse é meu amor pelo Fortaleza Esporte Clube.
"Sol quente! " Coração cheio de esperança e amor
pelo Leão do Pici.
Em termos de fórmula 1, os campeonatos dos anos 80 eram tão polarizados quanto os de hoje, na minha modesta opinião. Ter 15 corridas , de 16 possíveis, vencidas por dois pilotos, não é campeonato competitivo em termos de categoria. Assim foi 1988, quando Senna foi campeão pela primeira vez. Em outros anos, ficou na mão de, no máximo , 3 pilotos, alternando entre Piquet, Mansel, Prost, Senna, Berger... Schumacher chegou e não teve pra ninguém durante um bom tempo. Os caras que conseguiram vencer Schumacher deveriam ser heróis nacionais (talvez até sejam mesmo) : Hakkinem, Damon Hill, Alonso... Hoje em dia, entre as besteiras do Hamilton (que se perdeu depois do primeiro título) e as peripécias do Alonso, passando pelas cagadas dos brazucas cheios de falsas esperanças, só sobra o talentoso Vettel mesmo.
Senna, Prost, Mansel e Piquet - pilotos acima da média
que guiavam verdadeiros monstros sobre rodas.
Hamilton, Vettel e Alonso - não seriam tão brilhantes
nos carros antigos, mas não fariam feio.
Mas, o mais importante disso tudo é que nossos ídolos morrem de condições tão simples e catastróficas, que fica difícil realmente não se sentir triste vendo pessoas vencedoras em suas vidas profissionais serem tão impotentes em seus campos pessoais.
Salvo raríssimas exceções (como o próprio Senna, que por morrer no carro deu à sua morte o tom heróico que teve durante toda a sua vida), os heróis morreram como viveram : Kurt Cobain meteu uma bala na cabeça cheia de heroína. John Lennon levou um monte de bala no peito quando tinha conseguido virar gente. George Harrisson fumou e bebeu tanto que o câncer não teve como não arrastá-lo pra cova funda. Cazuza definhou até todo mundo sentir pena dele... e por aí foram.

Penso em quantos caras legais, bons pais de família, que fizeram das tripas coração para poder criar seus filhos não ganharam o título de heróis. Quantos bons policiais, que morreram no cumprimento do dever não puderam ser classificados como heróis. Quantos professores, formadores intelectuais, semeadores de boas experiências, não foram tratados como heróis... enfim, esse negócio de herói é muito complicado.

Hoje, quero que, no seu coração apaixonado, você pense quem é herói e quem merecia ser. Não está na hora de promover alguns e mandar outros para Série B??




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